A mobilidade sobre duas rodas alcançou um marco histórico em agosto com o melhor desempenho já registrado para esse mês. Foram emplacadas 185 454 motocicletas, o que, apesar de representar uma leve queda em relação a julho, reflete um crescimento expressivo de mais de 13 % em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse salto reforça o papel vital que as motocicletas desempenham como solução de mobilidade e instrumento de trabalho no Brasil.
Essa marca expressiva convive com algumas adversidades. A leve queda frente a julho — quase 4 % de retração — pode ser atribuída à ocorrência de dois dias úteis a menos no mês, além das paralisações das fábricas para manutenção dos parques industriais. Ainda assim, a expectativa é de fechamento de 2025 com recorde em emplacamentos, consolidando o momento positivo para o setor e fortalecendo a confiança das montadoras no mercado interno.
No acumulado do ano até agosto, o setor apresenta alta superior a 12 % em relação aos primeiros oito meses de 2024. A projeção aponta que o total de motocicletas emplacadas em 2025 pode chegar a mais de dois milhões de unidades, o que representaria um avanço consistente em comparação ao ano anterior. Essa trajetória ascendente sinaliza uma adesão crescente das famílias e profissionais à moto como meio de transporte eficiente, econômico e cada vez mais valorizado.
Quando analisamos os modelos mais vendidos do mês de agosto, o ranking confirma a força de nomes consagrados. Em primeiro lugar está a Honda CG 160, com impressionantes 41 456 unidades vendidas em apenas trinta dias. Em seguida aparecem a Honda Biz 125 com 21 493 unidades, a Honda Pop 110i com 17 111, e a Honda NXR 160 Bros com 16 317 vendas no período. Esses números reforçam a preferência por modelos confiáveis, econômicos e adaptáveis ao dia a dia.
Novidades também chamaram atenção no ranking. O modelo trail Yamaha XTZ 250 Lander superou a Honda Sahara 300 em agosto, ainda que a Sahara mantenha liderança no acumulado de vendas do ano, com pequena vantagem numérica. Essa mudança momentânea no desempenho mostra como o mercado tende a valorizar design versátil, capacidade de uso em diferentes terrenos e tecnologia embarcada, fatores que influenciam diretamente na decisão de compra.
A prevalência de modelos da Honda no topo segue uma tendência já consolidada, que demonstra a força da marca em diferentes perfis de consumidores e categorias. Mesmo assim, o avanço da Yamaha em segmentos específicos prova que o mercado brasileiro está aberto a diversidade e inovação. Essa disputa saudável aquece a concorrência e amplia as opções para os consumidores que buscam tanto eficiência quanto estilo.
A conjuntura de agosto abre portas para reflexões estratégicas sobre o futuro do setor. O segmento de motos permanece sólido e resiliente, mesmo diante de condições econômicas desafiadoras. Para sustentar esse impulso, fabricantes e distribuidores devem continuar investindo em disponibilidade de produtos, campanhas acessíveis e facilidades de crédito, mantendo atenção às variações sazonais e às novas demandas de mobilidade.
Em suma, agosto foi um mês emblemático para o setor de motociclismo no Brasil. O recorde de vendas, o desempenho destacado de modelos tradicionais e a reviravolta em trajetórias consolidadas, como a disputa entre Yamaha e Honda, preparam o terreno para um final de ano promissor. O ano de 2025 pode ser lembrado como um dos mais fortes já vividos pelas duas rodas no país, consolidando as motos como protagonistas da mobilidade urbana e rural.
Autor: Lombard Umeran