O uso de celular por motociclistas tem se tornado uma prática alarmante nas grandes cidades brasileiras, gerando preocupação entre autoridades de trânsito, especialistas em segurança viária e profissionais da saúde. A utilização de aparelhos móveis enquanto se pilota uma moto compromete significativamente a atenção do condutor, aumentando o risco de acidentes graves. Mesmo com campanhas educativas e legislação clara sobre o tema, a cena de motociclistas manuseando celulares no trânsito é cada vez mais comum, evidenciando a urgência de medidas mais eficazes.
A gravidade do uso de celular por motociclistas vai além da infração de trânsito. Estudos apontam que o tempo de reação ao pilotar uma moto e operar um aparelho móvel simultaneamente pode ser comparado ao de alguém dirigindo sob efeito de álcool. A distração causada por mensagens, chamadas ou até mesmo aplicativos de navegação compromete a capacidade do piloto de reagir a situações emergenciais, como freadas bruscas, mudanças inesperadas de faixa ou presença de pedestres e ciclistas.
Especialistas em segurança viária alertam que o uso de celular por motociclistas transforma o trânsito em um ambiente ainda mais hostil. Motociclistas já enfrentam naturalmente um risco maior de lesões em acidentes, devido à vulnerabilidade do veículo em comparação aos carros. Quando somada à distração provocada pelo celular, essa condição se agrava, potencializando o número de mortes e internações causadas por colisões e quedas.
Apesar das proibições previstas no Código de Trânsito Brasileiro, o uso de celular por motociclistas persiste, muitas vezes por falta de fiscalização efetiva. O uso de tecnologias que monitoram comportamentos de risco e a aplicação de multas com base em imagens de câmeras de segurança podem ser ferramentas eficazes no combate a essa prática. A ausência de punição consistente contribui para a continuidade do problema, enquanto as estatísticas de acidentes seguem crescendo.
As consequências do uso de celular por motociclistas também se refletem no sistema de saúde pública. Acidentes com motos representam uma grande parcela dos atendimentos de emergência nos hospitais brasileiros, pressionando os recursos das unidades médicas. Muitas dessas ocorrências poderiam ser evitadas se os condutores estivessem plenamente focados na pilotagem, sem interferência de dispositivos móveis que desviam a atenção.
O papel da sociedade na conscientização sobre o uso de celular por motociclistas é fundamental. Campanhas de educação no trânsito devem ser constantes e direcionadas especialmente aos jovens, que formam a maior parte do público motociclista e são os mais propensos a usar redes sociais e aplicativos durante a condução. A mudança de comportamento só será possível com a disseminação da informação e o reforço de valores que priorizem a segurança coletiva.
O avanço das tecnologias também pode ajudar a mitigar o problema do uso de celular por motociclistas. Soluções como sistemas de voz, assistentes virtuais e aplicativos desenvolvidos especialmente para uso seguro durante a pilotagem devem ser incentivados. No entanto, a melhor prática ainda é evitar qualquer tipo de interação com o celular enquanto se está no comando da moto, pois qualquer segundo de distração pode ser fatal.
Portanto, o uso de celular por motociclistas não é apenas uma escolha pessoal, mas um ato que compromete a segurança de todos no trânsito. A redução dos índices de acidentes passa por uma combinação de educação, fiscalização e conscientização. É essencial reforçar que pilotar uma moto exige atenção total e que nenhuma notificação no celular vale mais que uma vida.
Autor: Lombard Umeran